sexta-feira, 18 de março de 2011

Livre Prisioneiro

Coisa engraçada essa que é o amor. Pega-te de surpresa, ao dobrar a esquina, ao descer do ônibus, ao subir ao trem. Desperta a imaginação adormecida, reacende a paixão esquecida. Reaviva a alma e aquece o corpo, muito antes desolado, frio e fechado. Transcende o tempo e supera a distância, enche o espírito. Muda tudo o que toca, ilumina tudo o que vê. O amor é a força que move o mundo, que une as pessoas, que semeia a vida. Mas é também a origem de todo o mal, de toda a angústia, de toda a discórdia. Não se ama sem prazer, mas tampouco se pode amar sem dor.
É algo maior que eu, maior que você. Está presente em todos e ausente em tudo. Fica solto no ar, até que corpos estranhos se encontram e se chocam, provocando uma explosão no universo. Universo totalmente paralelo, sem sentido, sem motivo. Atrelados estamos, todos nós, por algum tipo de elo com esse sentimento, tão falado, tão citado, mas nunca desvendado. Só se ama em liberdade, mas o amor faz de nós, prisioneiros.  Prisioneiros livres para andar, para pensar, para existir. Não mais para voar, para sonhar, para viver. O amor prende-nos ao objeto que se ama, prende-nos a nós mesmos. E há prisão melhor que esta? Há coisa pior do que estar trancado dentro de si?
O amor é contraditório desde o seu princípio, até o fim. Amar é se entregar à arte de viver e se deixar levar pelas contradições a seu redor. Amar não é entender, mas sentir. Amar é se iludir, projetando no outro a perfeição. Mas se o amor for mesmo uma ilusão, então iludidos todos estamos. Se por amor, subimos aos céus, na realidade, nunca saímos do chão. O mundo segue, a vida continua. Mas o amor...esse não se esquece, não passa, não muda. Amor não se altera. Diferenciam-se as circunstâncias, mas o amor volta sempre para o lugar de onde partiu!


Priscilla Crusoé.

4 comentários:

  1. Belo texto, Priscilla!

    Também tenho meu blog, o qual atualizo com meus pensamentos frenéticos...
    http://dasveredas.blogspot.com/ se der tempo, leia lá! :)

    beijos, Patrícia Imada (sim, a que foi voluntaria da OPAQ!)

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  2. Patrícia!! Obrigada pelo apoio..e que bom que vc gostou!! Eu vou ler o seu blog sim, com certeza!! Beijoooo :)

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  3. Amor é uma grande gaiola de portas abertas. A gente tem a liberdade nas mãos, mas não deseja estar livre. Se diminui pra aumentar a quem se ama. Se faz ausência quando a presença machuca. Sorrir para esconder lágrimas. Amar dói, porém machuca mais o 'não-amor.'

    Lindo texto, Pri! Me vejo muito em você <3

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    1. Vaann, sua lindaaaa! Tô vendo agora, meses depois, seu comentário. Muito verdade o que você disse, concordo! E awwn eu me inspiro em você, isso sim! <3

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